3- Hitler: O racismo

Outra poderosa vertente que fluirá para o caudal da ideologia nacional-socialista estava armazenada no pensamento racista do século 19. Deve-se observar que as teorias racistas apresentavam em comum um "lamento aristocrático", um fatalismo da nobreza europeia que, apesar de ainda granjear respeito, sentia-se cada vez mais marginalizada do poder político pelo processo histórico.

Incapazes em poder explicar seu declínio social por meio racional, diziam que a "decadência da raça aristocrática" resultara de uma irresponsável miscigenação com grupos inferiores.

Justificaram o declínio da nobreza pela degradação biológica da sua espécie. Seu principal representante foi o francês José Artur , conde Gobineau, autor do Essai sur I¿inégalle dès races humanes, Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas, de 1853/5, que determinou não só a superioridade da raça branca sobre os demais, como explicava as distinções sociais entre nobreza, burguesia e povo de acordo com sua maior ou menor participação no sangue ariano (raça superior mitológica, formadora da aristocracia europeia e dos brancos "puros" em geral).

Coube a outro francês, o antropólogo Vacher de Lapouge, autor do L¿ Arien, son role social, O ariano e seu papel social, levar o naturalismo às últimas consequências. Na medida em que o homem não é a imagem de Deus, só são válidas as leis do reino animal. O Ariano - rocher de bronze - que apresenta estabilidade do sangue e é o motor do progresso e da civilização humana e se encontra socialmente representado na classe dominante.

Por último, lembramos aquele que interpretou toda a história da humanidade sobre o prisma racista - o inglês Houston S. Chamberlain. Autor do famoso ensaio Die Grundlagen des Neunzehnten Jahrhunderts, Os Fundamentos do Século 19, aparecido em 1899, onde acentua à luta entre as raças, interpretando a História como um conflito entre elas. Ele considerava os alemães como os últimos portadores de elementos sanguíneos puros na medida em que, graças à sua situação geográfica, não foram contaminados nem pelo decadentismo latino, nem pela barbárie asiática, como ocorrera com os eslavos. Esta crença na supremacia teutônica lhe foi inculcada pela convivência com o compositor Richard Wagner, de quem se tornou genro, quando passou a ser um integrante do Círculo Bayereuth, composto por escritores e intelectuais ultra-nacionalistas.

Quando foi apresentado a Hitler, então no início de sua carreira, afirmou "o fato de que a Alemanha tivesse dado á luz um Hitler, na hora de sua maior desgraça, demonstrava sua vitalidade como nação."

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