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Mostrando postagens de abril, 2014

Ku Klux Klan: ascensão, queda e atual sobrevivência da mais radical sociedade de ódio americana

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A organização que espalha ódio pelos Estados Unidos desde o século 19 está fragmentada. Mas não perdeu a capacidade de apavorar o país Texto Fernando Duarte | 01/02/2013 17h35 Tímido, na infância, o menino Tim McVeigh, era vítima de bullying. Para evitar ao máximo as provocações, fechou-se ainda mais em um mundo próprio, onde criava planos de vingança contra outras crianças. Quando estava com 10 anos, seus pais se divorciaram e ele foi afastado das duas únicas irmãs. Mais ou menos nessa época seu avô lhe ensinou a atirar. Na adolescência, gostava de exibir suas armas de fogo no colégio. Logo começou a ler revistas como Soldier of Fortune, a bíblia dos mercenários. Adulto, entrou para o Exército e passou a frequentar células da Ku Klux Klan. Lutou e foi condecorado na Guerra do Golfo. Quando voltou para os EUA, tentou ingressar nas Forças Especiais, mas foi reprovado pelo exame psicológico. Em 31 de dezembro de 1991, deixou a carreira militar. Pouco mais de três anos d

ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA | EUA queriam derrubar Fidel Castro sem que a ação parecesse coisa deles

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Pode-se acrescentar que não raro subestimam os inimigos, como é possível ver no exemplo dos EUA achando que 1500 paus mandados seriam capazes de derrubar a ainda jovem Revolução Cubana. O que não quer dizer que todas as batalhas são igualmente estúpidas. “Só a maioria”, diz Prince. “Claramente, a Segunda Guerra precisava ser lutada”, afirma. “Hitler, Mussolini e os líderes militares japoneses, todos tinham péssimas intenções, e o mundo precisava se juntar para derrotá-los.” O livro nasceu de uma conversa de bar entre os então colegas do curso de História da Universidade de Boston. Prince e Strosser discutiam um evento pouco conhecido: 5 mil soldados dos EUA invadiram a Sibéria em 1919. “Ficamos estupefatos em perceber quão ridículo e desconhecido o episódio era”, diz Prince. Em 17 de abril de 1961, 1500 exilados cubanos desembarcaram na Baía dos Porcos, no sul de Cuba. O embaixador norte americano na ONU, Adlai Stevenson, repetia que as movimentações, detectadas mes

Conheça as figuras mitológicas do mundo medieval

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Imaginação fértil, medo e religiosidade deram origem a criaturas assustadoras Texto Marina Ribeiro | 05/02/2014 17h49 Seres do tamanho de ilhas que afundam navios, dragões que destroem cidades inteiras, monstros devoradores de homens, sereias que encantam marinheiros, centauros letrados... É difícil compreender que muitas das figuras mitológicas que conhecemos dos livros um dia realmente atemorizaram alguém. No entanto, como lembra o historiador francês Lucien Fèbvre, na Idade Moderna havia "excesso de plantas, de animais, de corpos minerais, de doenças, de tudo. O possível não se distinguia do impossível". Sem contar que, durante a Idade Média, a maior parte do mundo ainda era considerada terra incógnita. Nesse contexto, seres fictícios nutriam as superstições e tomavam forma graças a artistas talentosos e estudiosos da Antiguidade. Santo Agostinho, um teólogo do cristianismo, foi um dos primeiros a perceber a importância dos monstros no imaginário da pop

Ah!! Vaidade. Guerra da Tríplice Aliança

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“Na Guerra da Tríplice Aliança (a Guerra do Paraguai), as ações do líder paraguaio Solano López só podem ser interpretadas como insanas. A guerra inteira se tornou um exercício em estupidez assassina, conduzida em nome de sua obscena vaidade, movida por sua amante (a ex-prostituta irlandesa Eliza Lynch)”, destacam. Vaidade, desejo de honra e glória e certo ethos machão. As características, abundantes na América do Sul, explicam a profusão de disputas sem sentido na região, mas estão longe de ser exclusividade local. Entre eventos citados no livro – passados da Roma Antiga às Cruzadas, na Alemanha Nazista e na União Soviética –, uma imagem começa a se formar: a do guerreiro estúpido através das eras. Esse tipo se forma, nas palavras de Prince, por uma combinação de “ hubris [ambição desmedida] e poder. Eles nunca acreditam que possam estar errados e seus sucessos anteriores os levam a problemas épicos”.

O VIETNÃ SOVIÉTICO | Guerrilha islâmica pôs os russos para correr

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O Afeganistão fazia parte da vasta região do planeta que a Rússia considera seu quintal – a visão imperial não era diferente na época do regime soviético e do tempo dos czares. Em 1979, a União Soviética invadiu o país para apoiar o regime comunista local, ameaçado por facções islâmicas. “Assim como nos velhos tempos, quando o Exército Vermelho esmagou a oposição na Hungria em 1956 e na Tchecoslováquia em 1968, os russos acharam que a filosofia de Marx e Lenin seria mais bem ensinada com tanques metralhando o populacho”, dizem Strosser e Prince. Se os soviéticos riram dos EUA saindo do Vietnã, batidos pela guerrilha vietcongue, agora era a vez dos americanos. Mas não ririam por último. Com dinheiro da CIA, militantes islâmicos, entre os quais Osama bin Laden, fundaram a Al Qaeda – e a história segue ainda hoje.

As invenções de Heron de Alexandria - e como poderiam ter revolucionado a Antiguidade

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O grande gênio das máquinas que poderia ter adiantado uma Revolução Industrial em 1700 anos Texto Fabio Marton | Ilustrações Pedro Piccinini | 06/02/2014 18h25 Costuma-se imaginar a Antiguidade Clássica como uma espécie de estagnação tecnológica. Entre as Guerras Greco-Persas e a queda do Império Romano, são quase 900 anos em que nada de novo parece ter sido criado. Por isso, não deixa de ser inquietante descobrir que já existiam coisas como portas automáticas e motores a vapor. Como isso não levou a uma revolução industrial 1700 anos adiantada? Muitas obras de Heron de Alexandria, um dos maiores engenheiros e matemáticos da época, sobreviveram por intermédio dos árabes e se tornaram conhecidas no Ocidente na Renascença. "Não sabemos muito sobre sua vida, e estudos acadêmicos foram poucos e esparsos", diz Serafina Cuomo, da Universidade de Cambridge. Heron viveu entre cerca dos anos 10 e 75, e provavelmente tinha um cargo no Mouseion, a primeira grande insti

TUDO POR DINHEIRO | A vergonha da Quarta Cruzada

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Em 1202, o exército cruzado, com voluntários da Europa, estava em Veneza, cheio de fé e fúria – e nenhum tostão no bolso. Tentou alugar uma frota de barcos para Jerusalém, que pretendia reconquistar das mãos islâmicas, nas quais havia caído em 1187. Enrico Dandolo, o doge de Veneza, fez uma proposta: se os cruzados o ajudassem a capturar Zara, localidade croata rival comercial da cidade italiana, ele bancaria a viagem. Cego e com 95 anos, o mandatário fez os votos de cruzado e embarcou com os soldados supostamente rumo à Terra Santa, parando no caminho para trucidar os cristãos croatas, que em vão levantaram cruzes para mostrar que estavam do mesmo lado. A ameaça de excomunhão feita pelo papa Inocêncio III pouco valeu. Dandolo seguiu para Constantinopla e conquistou o lugar. Ricos com as pilhagens, os cruzados pagaram sua dívida e esqueceram a missão. No final, “o doge recebeu o pagamento na íntegra, mas os santificados guerreiros jamais puseram os pés em Jerusalém”, rel

Conheça as guerras mais estúpidas da história militar

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Um olhar sobre ações impulsivas, tolices e trapalhadas da história Texto Fabio Marton | 06/02/2014 16h46 Nas guerras, diz o sociólogo Herbert C. Kelman, da Universidade de Harvard, o processo de desumanização é condição sine qua non . Isso porque, quando se passa a olhar os adversários como se não fossem serem humanos, eles “não provocam mais compaixão e respostas morais, e devem sofrer de violência como resultado”, explica. Se multidões enfurecidas são irracionais, os líderes que provocam essas massas não se saem melhor. “Nossa teoria é que guerras são iniciadas por pessoas, não por ideologias. E pessoas frequentemente tomam decisões apressadas e estúpidas”, disse a AVENTURAS NA HISTÓRIA o jornalista norte-americano Michael Prince, coautor de Guerras Estúpidas – Um Guia Sobre Golpes Fracassados, Ações Sem Sentido e Revoluções Ridículas , escrito em parceria com Ed Strosser.

CONSPIRADORES COVARDES | Faltou coragem para matar Hitler

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Sem condições de sobreviver no ambiente hostil da Rússia, americanos, ingleses e franceses tiveram que se retirar com o rabo entre as pernas. “Nenhuma guerra é engraçada. Há muitos ‘contos de glória’ na maioria da história escrita, na qual generais e políticos, que tomam decisões estúpidas que levam a muitas mortes, são tratados de forma frívola. Qualquer líder que começa uma guerra merece o mais duro escrutínio”, afirma o jornalista. Nem a mais nobre das conspirações foi poupada na crítica de Strosser e Prince. Em 20 de julho de 1944, uma bomba de explosivo plástico detonou numa sala de reuniões na Toca do Lobo, o quartelgeneral secreto dos nazistas. Quatro figuras de alto escalão morreram. Nenhuma delas se chamava Adolf Hitler. O plano era agir com duas bombas, mas apenas uma delas explodiu – e estava na posição errada, poupando o führer e a maioria dos seus partidários. Foi plantada pelo coronel Claus von Stauffenberg, veterano do Exército alemão que desprezava os cr

Estado Independente do Acre

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Como um militar gaúcho no comando de um bando de seringueiros destreinados redefiniu o mapa do Brasil e conquistou a região oeste da Amazônia Texto Altino Machado, de Rio Branco | 01/11/2013 19h41 Era madrugada de 6 de agosto de 1902. A guarnição boliviana ainda dormia na cidade de Xapuri, que muitas décadas depois, já como cidade brasileira, se tornaria famosa por causa do sindicalista Chico Mendes. Um pequeno grupo de 33 seringueiros brasileiros, armados com rifles, desembarcou de suas canoas. Eles subiram o barranco íngreme do Rio Acre e tomaram posição em pontos estratégicos, divididos em três grupos. Os bolivianos estavam exaustos. Haviam comemorado na véspera a data nacional de seu país, com muito, muito álcool. O militar brasileiro Plácido de Castro, que comandava os seringueiros, seguiu em silêncio até a grande casa de madeira onde funcionava a Intendência do país vizinho. Dios Fuentes, o intendente e maior autoridade do local, despertou de um salto e, pensand