A palavra de Deus

por Denis Russo Burgierman, Rodrigo Cavalcante e Rodrigo Vergara


O mercador Muhammad ibn Abdallah dormia tranqüilo numa caverna próxima à cidade de Meca, atual Arábia Saudita. De repente, foi arrancado do sono por uma devastadora sensação da presença divina. Ele tinha 40 anos e aquela era sua primeira experiência sobrenatural. Um anjo apareceu e ordenou: “Recita!” Muhammad tentou argumentar que não era digno de pronunciar palavras divinas, mas o anjo abraçou-o com força, fazendo-o soltar todo o ar do pulmão. “Recita!”, insistiu. O mercador obedeceu. Recitou aquela vez e continuou recitando a cada vez que o anjo falava com ele. Isso durou 23 anos, até sua morte, em 632 d.C. As palavras divinas proferidas por Muhammad – ou Maomé, como o chamamos em português – foram reunidas versículo por versículo no Alcorão (em árabe, recitação), livro sagrado seguido até hoje por um quarto da população mundial – 1,3 bilhão de pessoas, incluídos aí os terroristas que participaram do atentado do dia 11 de setembro.
Pouco compreendido pelo Ocidente, o Alcorão sempre foi uma espécie de caixa-preta do Islã, envolto num clima tão misterioso quanto o corpo das mulheres afegãs sob a burqa (cujo uso obrigatório, por sinal, não está no Alcorão, que apenas recomenda a elas que se vistam “com pudor”. O livro estabelece claramente que as mulheres devem ser bem tratadas e que possuem igualdade de direitos com os homens). Os 114 capítulos do Alcorão, chamados de suras, estão ordenados de uma maneira bem diferente da organização encontrada na Bíblia, por exemplo. Para começar, não começam pelo começo, como na história da criação do Gênesis. “As suras são organizadas por temas”, diz o libanês Samir El Hayek, tradutor da primeira edição, no Brasil, do Alcorão em português. Ou melhor, tradutor do “significado do Alcorão”, já que os muçulmanos só chamam de Alcorão a versão original, em árabe, com as palavras exatas de Alá (para o Islã, não houve alteração nenhuma no texto desde que ele foi escrito).
Fonte: SUPER

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