Gravidez na adolescência: o que a escola tem a ver com isso?
A gravidez na adolescência é um dos fatores que levam os jovens
brasileiros a abandonarem os estudos. Na maioria dos casos, por serem de
famílias de baixa renda, os adolescentes deixam a escola em busca de
trabalho e novas formas de sustento. As garotas, depois que se afastam
para cuidar do bebê, encontram muitas dificuldades para retomar os
estudos. Segundo o estudo Juventudes Brasileiras, realizado pela UNESCO
em 2006, 25% das meninas que engravidam na adolescência abandonam a
escola.
O assunto, portanto, é motivo de preocupação para toda a sociedade, especialmente pais, jovens e professores.
Para vocês terem uma ideia do tamanho do problema: a cada 100 bebês
que nascem no Brasil, 19 são filhos de mães com idade entre 10 e 19
anos, segundo os dados do Ministério da Saúde divulgados em 2011. Em
números absolutos, são cerca de 560 mil bebês de mães adolescentes.
Muitos, não?! Só eles lotariam os novos estádios construídos para Copa
do Mundo de 2014.
Além disso, prevenir a gravidez na adolescência é um dos principais
desafios para enfrentar a pobreza. Muitas pesquisas têm apontado a
relação entre a baixa escolaridade dos pais e a taxa de mortalidade
infantil. Ou seja, quanto menor a escolaridade dos pais, maior a
vulnerabilidade da criança.
Por isso, é com alegria que compartilho uma boa notícia com vocês, colegas educadores: estamos conseguindo vencer essa batalha!
De acordo com o levantamento do Ministério da Saúde, o aumento de
ações de prevenção realizadas nas escolas, orientação sobre métodos
contraceptivos e distribuição de camisinhas em postos de saúde têm
ajudado a reduzir o número de adolescentes grávidas no Brasil.
Ainda assim, o desafio é grande e esses números variam bastante de
acordo com a região do país. Enquanto o estado de São Paulo conseguiu
reduzir em 26% o número de partos em adolescentes, entre 1998 e 2011,
chegando à taxa atual de cerca de 15%, o Pará ainda se mantém num
patamar acima dos 27%. (Confira aqui os índices de gravidez na adolescência na sua região).
Aproveito esse espaço para destacar um projeto do qual me orgulho
muito e tenho certeza que contribuiu para a melhoria nos índices de São
Paulo. Trata-se do Vale Sonhar, coordenado pelo Instituto Kaplan, que
desde 2008 aborda de forma continuada a Educação Sexual para os alunos
do 1º ano do Ensino Médio, como conteúdo da disciplina de Biologia. O
projeto faz parte de um conjunto de ações adotadas no estado de São
Paulo neste período.
Esse exemplo reforça o que tem sido uma das grandes bandeiras
defendidas no nosso blog: a escola tem papel fundamental na educação
sexual e este tema pode (e deve) ser trabalhado pelas diversas
disciplinas.
E você, tem alguma experiência de prevenção à gravidez na adolescência na escola para compartilhar com a gente?
Fonte: REVISTA ESCOLA
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