Folclore Brasileiro: Festas, comidas e lendas tradicionais do Brasil Comente
O folclore é o conjunto das criações de uma comunidade cultural, baseadas nas tradições de um grupo ou de indivíduos, que expressam sua identidade cultural e social, além dos costumes e valores que se transmitem oralmente, passando de geração em geração.
A palavra folclore foi utilizada pela primeira vez num artigo do
arqueólogo William John Thoms, publicado no jornal londrino "O Ateneu",
em 22 de agosto de 1846 (por isso 22 de agosto é o dia do folclore).
Ela é formada pelos termos de origem saxônica: "folk" que significa
"povo" e "lore" que significa "saber". Portanto o "folklore" é o saber
do povo ou a sabedoria popular. No Brasil, a palavra adaptada tornou-se
"folclore".
Em todas as partes do mundo, cada povo tem seu folclore, sua forma de
manifestar suas crenças e costumes. O folclore se manifesta na arte, no artesanato, na literatura popular, nas danças regionais, no teatro, na música, na comida, nas festas populares como o carnaval, nos brinquedos e brincadeiras, nos provérbios, na medicina popular, nas crendices e superstições, mitos e lendas.
Mitos e lendas
As lendas misturam fatos reais e históricos com a fantasia e procuraram
dar explicação aos fatos da vida social de uma determinada comunidade.
Os mitos, tão antigos quanto a própria humanidade, são narrativas que
possuem um forte simbolismo e foram criados pelos povos primitivos para
explicar as coisas que não entendiam, como os fenômenos da natureza.
No Brasil, o folclore foi resultado da miscigenação de três povos (indígena, português e africano) e da influência dos imigrantes
de várias partes do mundo. Por isso, nosso país tem uma tradição
folclórica variada, rica e muito peculiar. Em cada região brasileira, o
folclore apresenta semelhanças e diferenças.
Câmara Cascudo: pesquisador do folclore
Um grande estudioso do folclore nacional foi Luís da Câmara Cascudo,
nascido em Natal, no Rio Grande do Norte em 1898 e autor de mais de 150
livros. Ainda hoje, a obra de Câmara Cascudo é uma referência
imprescindível para se tratar do folclore, até porque diversas
expressões folclóricas brasileiras por ele documentadas já desapareceram
e não podem mais ser observadas.
O folclore, em especial a partir do século 20, serviu de base para a
produção da arte culta brasileira. Os exemplos estão presentes em todas
as artes. O pintor ítalo-brasileiro Alfredo Volpi fez das bandeiras das festas juninas um elemento frequente de seus quadros e gravuras. O compositor fluminense Villa-Lobos aproveitou-se de temas do folclore em sua obra musical.
O folclore na literatura
Na literatura, há no mínimo três autores de importância indiscutível
que se utilizaram de elementos da cultura popular. O paulista Mário de Andrade, grande estudioso do folclore, escreveu sua obra-prima, "Macunaíma", reunindo com olhar irônico e crítico inúmeras narrativas do folclore brasileiro.
O mineiro João Guimarães Rosa, autor de "Grande Sertão: Veredas"
- um clássico da literatura nacional - tematiza a vida do sertanejo e
trabalha tanto elementos característicos de narrativas folclóricas,
quanto a própria forma sertaneja de uso da língua portuguesa. Da mesma
maneira, o paraibano Ariano Suassuna
compôs uma ampla obra teatral baseada na tradição folclórica
nordestina. Como exemplo, podem-se citar "O Auto da Compadecida" ou "A
Pena e a Lei", sem falar no monumental "Romance da Pedra do Reino".
O folclore no cinema e na TV
Convém lembrar que o folclore brasileiro - ligado ao universo rural,
pois a industrialização do país é recente, em termos históricos - chegou
a influenciar nossos meios de comunicação de massa. O ator e diretor Amácio Mazzaropi levou o caipira do interior paulista para as telas do cinema. O animador de programas de auditório Abelardo Chacrinha Barbosa
fez enorme sucesso na TV utilizando-se elementos de festas populares do
Nordeste, como as disputas entre cordões (o encarnado e o azul), que
eram mediados por um velho, a quem Chacrinha personificava.
Nos meios de comunicação de massa, como o cinema, a estética dos circos
mambembes que percorriam o interior do país também podem ser
encontradas em produções cinematográficas inusitadas como os filmes de
terror de José Mojica Marins, conhecido como Zé do Caixão.
Folclore e música
Em matéria de música folclórica, também chamada de "música de raiz", Inezita Barroso é uma grande pesquisadora. Você pode ouvi-la na Rádio UOL clicando nos links abaixo:
Hoje Lembrando
Sou Mais Brasil
Além de Inezita Barroso, a Rádio UOL dispõe em seu acervo de outros discos de qualidade com músicas do folclore brasileiro. Ouça três outras opções:
Beira-Mar Novo
Duas Canções do Folclore
Mangueira em Tempo de Folclore
Além dessas músicas, você pode pesquisar mais na Rádio UOL.
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