O que foi a Guerra de Canudos?
Foi um conflito no sertão baiano ocorrido em 1896 e 1897, que terminou
com a destruição do povoado de Canudos - daí o nome da Guerra. Houve
várias batalhas entre tropas do governo federal e um grupo de sertanejos
liderados por um líder religioso, Antônio Vicente Mendes Maciel, o
Antônio Conselheiro (1828 - 1897). Na época, a população miserável da
região agregou-se em torno do beato Conselheiro, que havia passado anos
pelo sertão pregando uma mistura de doutrina cristã e religiosidade
popular. Em 1893, os sertanejos fundam o arraial de Canudos, um povoado
muito pobre que chegou a ter 5 mil casas e de 20 mil a 25 mil
habitantes. "Canudos era regido pelo trabalho coletivo e pelos
ensinamentos religiosos de Conselheiro. Além desse caráter messiânico, o
movimento criticava a República e contestava as inovações surgidas com
ela, como o casamento civil", diz o historiador José Carlos Barreiro, da
Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis (SP). As relações do
povoado com o governo começaram a se complicar ainda em 1893, quando os
moradores rebelaram-se contra a cobrança de impostos e queimaram
documentos emitidos pelo governo. Aos olhos dos governantes, Canudos
começou a ser visto não só como um arraial de fanáticos religiosos, mas
também como um ninho de rebeldes monarquistas e perigosos, que
precisavam ser eliminados. Para acabar com os revoltosos, o governo
lançou a tal "guerra" - que consistiu, na verdade, de quatro expedições
militares. Nas três primeiras, o Exército tomou um pau dos sertanejos.
Na terceira delas, o massacre foi tão grande que até o comandante das
tropas federais foi morto em combate. Na quarta e última campanha, cujos
momentos decisivos a gente apresenta nestas páginas, o Exército
conseguiu finalmente riscar Canudos do mapa. Pelo menos 30 mil pessoas
morreram na batalha final.
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