Deputado-pastor no comando dos Direitos Humanos?
A imagem abaixo é de Marcos Feliciano, o pastor-deputado que ganhou destaque no Congresso por frases como “Aids é um câncer gay”, “Negro é negro e não pode mudar, diferente dos homossexuais” e “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé”
Todos que já se mobilizaram para colher assinaturas em tantas outras
causas das mais diversas não devem agora permitir que alguém reconhecido
pela intolerância presida uma Comissão tão importante como a de
Direitos Humanos.Assine aqui a petição que exige a imediata destituição do Pr. Marco Feliciano da Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal.
O pastor-deputado Marco Feliciano, provável futuro presidente da Comissão dos Direitos Humanos. Petição do Avaaz pede sua destituição imediata. O deputado Marcos Feliciano (PSC-SP), que já classificou os africanos
como “descendentes amaldiçoados de Noé”, avisa: “Nunca me passou pela
cabeça presidir a Comissão de Direitos Humanos, mas agora com tanto
ataque, deu até vontade (sic)”.
A vontade manifestada no Twitter pelo deputado, escritor, cantor e
apresentador de tevê é resultado de uma avalanche de críticas sofridas
desde que o seu Partido Social Cristão foi escolhido para comandar a
comissão responsável pela defesa das minorias na Câmara. A bancada do
partido tem hoje 16 deputados. Feliciano, declaradamente contrário a
bandeiras como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, é o favorito
para assumir a liderança do grupo.
Não acaba aqui continue lendo....
A escolha do PSC para a comissão causou arrepios nos grupos de defesa
dos direitos humanos. As críticas são lideradas até aqui pelo deputado
Jean Wyllys (PSOL-RJ), defensor da bandeira gay no Congresso que viu a
escolha como uma forma de “barrar a extensão da cidadania plena às
minorias”. “O PT ter aberto mão da CDHM é sintoma de um pendor do
partido para o conservadorismo e a manutenção de poder que é
irreversível”, escreveu.
A ojeriza parece justificada. Em setembro, Wyllys manifestou repúdio, em artigo publicado no site Brasil 247,
a um discurso feito pelo deputado/pastor em um congresso evangélico no
qual se referia à Aids como “câncer gay”. O deputado do PSOL classificou
a fala como “um alarde da desonestidade intelectual e injúria contra os
homossexuais”. E apresentou números, baseados em estudos da ONU, para
mostrar que a associação entre a doença e a orientação sexual tinha base
na ignorância, mas não na realidade.
A resposta de Feliciano, hoje cotado para representar as minorias
acusadas por ele de espalhar as doenças sexualmente transmissíveis, foi
uma pérola. Em seu site, ele escreveu, com o apuro digno de uma criança
de doze anos, que, dentro da igreja, tinha assegurada pela Constituição a
total liberdade de manifestação. Sentado nessa total liberdade,
insistiu: “A própria ciência revela o predomínio de infecção por esta
doença em pessoas manifestamente homossexuais, tanto é verdade que
quando se doa sangue na entrevista se for declinada a condição de
homossexual essa doação é recusada”.
Número que é bom, nada. (Obviamente, não faltou ao deputado a menção
de que não tinha “nada contra” os homossexuais. Explicou, dessa maneira,
que a Bíblia ensina a amar o pecador e não o pecado).
Após ter seu nome citado como possível líder das minorias na Câmara, o
deputado declarou ao site do jornal O Estado de S.Paulo, na
quinta-feira 28, que a comissão se tornou um espaço de defesa de
“privilégios” de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais. “Se tem
alguém que entende o que é direito das minorias e que já sofreu na pele o
preconceito e a perseguição é o PSC, o cristianismo foi a religião que
mais sofreu até hoje na Terra”. Pouco depois, voltou ao Twitter para
dizer: “Fui obrigado a dar Block’s em alguns arruaceiros. Turminha
desbocada viu? Faça algo q contrarie os GLBTs e esteja pronto pra ser
massacrado”.
O deputado talvez entenda de perseguição, mas parece não ter ideia do
que seja privilégio. No mundo ideal, sua incitação ao ódio seria bem
acomodada em outro grupo: a Comissão das Trevas e Valores Medievais.
Matheus Pichonelli, CartaCapital.
Fonte - Pragmatismo Politico
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