Morre o polêmico escritor Nelson Rodrigues
No dia 21 de
dezembro de 1980 morria Nelson Rodrigues, um dos mais impactantes
escritores brasileiros. Ele morreu aos 68 anos, no Rio de Janeiro, por
conta de complicações cardíacas e respiratórias. Nascido no dia 23 de
agosto de 1912, em Recife, Nelson Rodrigues se mudou com a família para o
Rio de Janeiro quando tinha quatro anos e passou toda a sua vida na
capital fluminense.
Aos 13 anos começou a trabalhar como repórter
de polícia no jornal do seu pai, “A Manhã”. Por conta deste trabalho,
adquiriu grande experiência sobre crimes passionais e também sobre a
sociedade. Sua primeira peça foi “A Mulher sem Pecado” (1941), mas o
sucesso veio com “Vestido de Noiva” (1943), que representou uma
renovação no teatro brasileiro. Apesar da sua popularidade, Nelson
Rodrigues também era criticado por escrever textos obscenos e imorais.
Em 1962, publicou crônicas esportivas, onde deixava transparecer sua
paixão pelo futebol, em especial pelo Fluminense.
Por falar
nisso, junto com seu irmão, o jornalista Mário Filho, Nelson foi
fundamental para que o clássico Flamengo x Fluminense, o Fla-Flu,
adquirisse prestígio e se tornasse um dos grandes confrontos do futebol
brasileiro. Entre os personagens fictícios consagrados em suas crônicas
estão Gravatinha e Sobrenatural de Almeida.
Assim como seus
textos, a vida do escritor também foi marcada por por um crime
passional. O jornal “Crítica”, de propriedade da sua família, publicou
na primeira capa um relato da separação do casal Sylvia Serafim e João
Thibau Jr., ilustrada por Roberto, irmão de Nelson. Por conta dessa
matéria, Sylvia, a esposa que se separou do marido, comprou uma arma e
foi à redação do jornal, onde atirou em Roberto. Nelson foi testemunha
do crime do irmão, que morreu dias depois. A tragédia abalou a família, e
o pai de Nelson morreu meses depois. Com a Revolução de 30, “Crítica”
deixa de existir e a família mergulha em uma crise financeira.
Nelson
passa a sofrer com tuberculose e é ajudado financeiramente por Roberto
Marinho, amigo de seu irmão Mário Filho. Em 1932, ele é efetivado como
repórter do jornal “O Globo”. A partir da década de 40, divide o seu
tempo entre o jornal e a produção de peças teatrais. Em 1945, deixa “O
Globo” e vai para “O Jornal”, dos Diários Associados. Começa a escrever
“Meu destino é pecar”, com o pseudônimo de Susana Flag. Nelson também
começa a escrever a peça “Álbum de família”, que teria o texto censurado
em 1946. Na década de 50, transfere-se para o jornal “A Última Hora”,
de Samuel Wainer, onde escreve crônicas de “A vida como ela é”. Nos anos
60, forma a primeira “mesa-redonda” sobre futebol televisão brasileira
na recém-fundada Rede Globo. Nos anos 70, começa a sofrer com problemas
de saúde. No final de sua vida, reata o relacionamento com sua primeira
mulher, Elza Bretanha, que fica com Nelson até seus últimos dias.
Comentários
Postar um comentário