20/JUNHO/1963 - A estratégia do telefone vermelho
Americanos e soviéticos assinaram no Palácio das Nações em Genebra um acordo para a instalação de uma linha telefônica entre
a Casa Branca e o Kremlin destinada à comunicação imediata e direta
entre os governantes dos Estados Unidos e da União Soviética. A
estratégia conciliadora mitigou a corrida armamentista liderada pelas
duas potências mundiais no período mais crítico da Guerra Fria, sendo
protocolada como Memorando do Entendimento entre os Estados Unidos da
América e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas para o
Estabelecimento de um Meio de Comunicação Direta.
A expressão telefone vermelho foi adotada pelo caráter de urgência dos assuntos a serem tratados na eventualidade de uma ligação. Embora tenha sido uma medida para acalmar os ânimos das potências, surtiu efeito também na comunidade internacional que respirou mais aliviada, e o telefone vermelho passou a habitar o imaginário coletivo da humanidade. A iminência de um primeiro toque causava apreensão pelo teor dos assuntos que seriam tratados. Foi usado pela primeira vez em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, entre Israel e o Egito, quando as potências se manifestaram para informar seu posicionamento militar frente ao conflito, estabelecendo um entendimento decisivo para o seu cessar-fogo.
Ilha de Cuba, o pivô das tensões
Em 1962, o impasse entre EUA e URSS colocou o mundo à beira de um conflito nuclear. Ao tomar ciência da presença de mísseis soviéticos em Cuba, o governo americano denunciou a operação, afirmando não haver outro motivo para a ofensiva militar senão o ataque nuclear ao mundo ocidental. Foi decretado o bloqueio naval da ilha, e preparada a sua invasão para o caso de desacato à ordem americana. À URSS foi dado um ultimato: exigiu-se a imediata retirada dos mísseis e a renúncia à instalação de novas armas em Cuba. Este foi o ponto culminante que levou à instalação do telefone vermelho.
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