Lixo globalizado

Em março de 2002, quase uma década atrás, matéria de Maria Eduarda Mattar na Rets (Revista do Terceiro Setor), abordava a questão do lixo eletrônico – igualmente tóxico – com propriedade.

Dizia ela que, sob a fachada de “doação de equipamentos”, a sucata eletrônica de países desenvolvidos tinha como destino mais comum países da Ásia, onde grupos familiares extraiam ouro e prata dos componentes, com falta de cuidado no processamento das partes e consequente poluição da natureza, além de outros males.

Trecho da matéria informava: “O relatório ‘Exporting Harm - the High-Tech Trashing of Asia’, elaborado pela Basel Action Network - BAN, rede global de ativistas que ‘lutam pela justiça ambiental’, e pela Coalizão de Tóxicos do Vale do Silício, com apoio do Greenpeace China, Toxic Link India e Sociedade para a Conservação e Proteção do Meio Ambiente, do Paquistão, veio a público no final de fevereiro e lançou mais luz sobre o assunto. O documento denuncia em mais de 50 páginas o envio prejudicial do lixo para China, Índia e Paquistão. Segundo o estudo, 50% a 80% do lixo eletrônico - ou E-lixo - coletado nos EUA para reciclagem são exportados, devido à mão de obra barata, falta de legislação e padrões ambientais rígidos na Ásia e pelo fato dessa prática ainda ser legal na terra de Tio Sam. Motivo: o país mais industrializado do mundo, e principal consumidor de artigos de informática, não assinou a Convenção da Basileia, pois, segundo a legislação americana, os componentes eletrônicos são materiais recicláveis e, não, resíduos”.

Notícia mais recente (Ambiente Brasil, 15/10/2011), e não menos alarmante, repercute informação da Folha.com e diz que um em cada seis telefones móveis no Reino Unido tem a bactéria E.coli (encontrada em fezes humanas), de acordo com pesquisa divulgada pelo jornal The Guardian.

A pesquisa, realizada pela London School of Hygiene and Tropical Medicine e pela Queen Mary University of London com pessoas do Reino Unido, indicou que 92% dos aparelhos avaliados estavam com pelo menos algum tipo de bactéria. Das mãos avaliadas, 82% estavam com alguma bactéria.

* Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna.

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