TUDO POR DINHEIRO | A vergonha da Quarta Cruzada
Em 1202, o exército cruzado, com voluntários da Europa, estava em
Veneza, cheio de fé e fúria – e nenhum tostão no bolso. Tentou alugar
uma frota de barcos para Jerusalém, que pretendia reconquistar das mãos
islâmicas, nas quais havia caído em 1187. Enrico Dandolo, o doge de
Veneza, fez uma proposta: se os cruzados o ajudassem a capturar Zara,
localidade croata rival comercial da cidade italiana, ele bancaria a
viagem. Cego e com 95 anos, o mandatário fez os votos de cruzado e
embarcou com os soldados supostamente rumo à Terra Santa, parando no
caminho para trucidar os cristãos croatas, que em vão levantaram cruzes
para mostrar que estavam do mesmo lado. A ameaça de excomunhão feita
pelo papa Inocêncio III pouco valeu. Dandolo seguiu para Constantinopla e
conquistou o lugar. Ricos com as pilhagens, os cruzados pagaram sua
dívida e esqueceram a missão. No final, “o doge recebeu o pagamento na
íntegra, mas os santificados guerreiros jamais puseram os pés em
Jerusalém”, relatam Prince e Strosser.
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