ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA | EUA queriam derrubar Fidel Castro sem que a ação parecesse coisa deles
Pode-se acrescentar que não raro subestimam os inimigos, como é
possível ver no exemplo dos EUA achando que 1500 paus mandados seriam
capazes de derrubar a ainda jovem Revolução Cubana. O que não quer dizer
que todas as batalhas são igualmente estúpidas. “Só a maioria”, diz
Prince. “Claramente, a Segunda Guerra precisava ser lutada”, afirma.
“Hitler, Mussolini e os líderes militares japoneses, todos tinham
péssimas intenções, e o mundo precisava se juntar para derrotá-los.”
O
livro nasceu de uma conversa de bar entre os então colegas do curso de
História da Universidade de Boston. Prince e Strosser discutiam um
evento pouco conhecido: 5 mil soldados dos EUA invadiram a Sibéria em
1919. “Ficamos estupefatos em perceber quão ridículo e desconhecido o
episódio era”, diz Prince.
Em 17 de abril de 1961, 1500 exilados cubanos desembarcaram na Baía dos
Porcos, no sul de Cuba. O embaixador norte americano na ONU, Adlai
Stevenson, repetia que as movimentações, detectadas meses antes, eram
ações de um grupo de “cubanos patriotas”. A despeito de o New York Times
ter publicado em janeiro que a CIA estava treinando cubanos para
derrubar Castro. A Rádio Moscou anunciou o ataque quatro dias antes. “O
problema para a CIA era criar uma força invasora poderosa o suficiente
para vencer... mas não tão forte a ponto de revelar o apoio americano. A
invasão, em essência, tinha que ser cubanizada – feita para parecer
amadora.” Nesse ponto, a agência fez um belo trabalho: em três dias, os
1202 rebeldes que escaparam da morte estavam na prisão em Havana.
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