Cartões postais de propaganda. A mídia que fidelizava
O cartão postal foi a primeira mídia de
fidelização. Era distribuído como brinde nas casas comerciais, os
clientes apreciavam a gentileza em função da qualidade, confeccionados
com esmero pelos melhores litógrafos da Europa. Ninguém jogava fora os
cartões postais de propaganda. Pelo contrário, colecionavam-os em
álbuns, ou cofres, a mensagem comercial perenizava-se num espontâneo
“recall” por anos e anos.
O cartão postal de propaganda não tinha o
objetivo de ser um veículo postal, embora alguns utilizassem esses
brindes de estabelecimentos comercias com essa finalidade, para
impressionar um parente ou amigo (a) querido (a). Em todo caso
fidelizavam o consumidor que fazia questão de retornar ao ponto de venda
para adquirir uma nova mercadoria e fazer jus a um novo mimo da loja.
Farmácias,
lojas de moda, perfumarias e lojas de miudezas eram os estabelecimentos
que na Bahia costumavam distribuir à freguesia cartões postais de
propaganda em inícios do século XX. A mídia era a coqueluche da época em
função da força das imagens, ainda que os motivos visuais explorados
estivessem um tanto distante de nossa realidade. Mas, não do desejo da
elite, que era o público alvo, de se espelhar na França e o seu glamour e
no estilo “Belle Epoque” que alguns desses cartões postais
representavam.
A farmácia de Silva Lima, prestigiado médico baiano, diretor da Gazeta Médica da Bahia, ofertava
a sua clientela cartões postais com inscrições em francês que
divulgavam os principais produtos distribuídos, alguns deles manipulados
na sua própria farmácia: Vinho Reconstituinte, Opodeldoc, Alcatrão
Benzoico, dentre outros. Editou uma série de cartões postais numerados,
conheço três apenas, no verso especificando as propriedades dos remédios
anunciados.
O cartão postal da Loja Tuvo da Conselheiro
Dantas, aqui reproduzido, é outro exemplo dessa mídia de fidelização.
Repare no endereço da loja, que parece ter sido superposto a uma matriz
litográfica já pronta. O elemento visual do ramo se insinua com objetivo
de disfarçar o “aplique”, em todo caso criado com uma qualidade que nos
remete, na unidade de cores, à imagem principal.
FONTE: IBAHIA
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