Uma questão de focalização

O julgamento está por terminar. Após dias de trabalho, finalmente a defesa vai ser ouvida. Dia após dia as testemunhas juntaram evidências.
Culpado.
Culpado.
Afinal, veio a defesa. Mas espere! Onde está o júri? O quê? Foi tomar café?

E
o juiz? Ele cabeceia à mesa do tribunal! A defesa se pronuncia, mas não há ninguém para ouvir! Ninguém exceto você!
E você é o acusado. É o seu julgamento. Está no tribunal da vida, sem defesa.

Ninguém se importa com isto.
Agora você compreende, vê o significado de tudo. Estava sendo julgado mesmo antes de o tribunal se instalar; sentenciado, antes de ser proclamada a evidência, condenado sem misericórdia, como que morto antes de vir ao tribunal.

Que tal se isso acontecesse com você?

Se fosse julgado sem ter a oportunidade de replicar e condenado por motivos
falsos proferidos por testemunhas falsas, num tribunal falso?
O que diz de ser prejulgado por preconceitos alheios?
Se isso acontecesse com você?
Não aconteceu? E não acontece? Você não é julgado sem defesa por todos os que o rotulam, estereotipam, criticam ou condenam simplesmente baseados em preconceitos?


Mas e você, não faz o mesmo também? Cada vez que fornece uma informação
maldosa, que faz um juízo preconcebido ou ri com uma ponta de zombaria preconceituosa?


Preconceito é prejulgamento, é pesar outro indivíduo ou os pontos de vista
dele com a pressão do seu polegar sobre a balança.
Preconceito é fazer seu julgamento de discriminação contra outros, baseando-se em coisas que eles não fizeram, que não puderam modificar e delas não deveriam arrepender-se.
Não há nada de lógico, absolutamente. Nada de razoável, racional ou justo.

O
preconceito não tem resposta para isso. É uma emoção, não uma convicção.
Quando um homem fala de seus preconceitos, diz: “EU SINTO.” Quando fala
de suas opiniões, diz: “EU ACHO.” Quando fala de suas convicções, Diz “EU
SEI!”
(...) Todos nós estamos contaminados. Todos temos preconceitos. E o que é pior, somos transmissores. (...) Criticamos porque crítica faz algo por nós. Algo que não queremos dizer e enfrentar, mas que nos faz sentir bem – no momento.
(...)
Será que você tem coragem suficiente para verificar isso em você mesmo? Faça um teste.
(...)
A crítica pode ser um problema moral tanto para o que fala como para o que
ouve. São necessários dois para “cortar a casaca”. O ouvinte é tão culpado quanto o que fala. Nenhum homem de bem dá seu apoio quando uma pessoa ausente e provavelmente inocente está sendo aviltada.(...)

Lembre-se: “Os grandes homens debatem sobre ideais; os médios, sobre
acontecimentos; os MESQUINHOS, sobre as pessoas.”


Do livro Insight I, de Daniel Carvalho Luz.

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