1 - As revoluções socialistas na União Soviética e na China

Voltaire Schilling

O sucesso da revolução russa de 1917 está estreitamente ligado ao desastre militar do regime czarista na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O fracasso do czar Nicolau II serviu de estímulo para a eclosão da revolução em Petrogrado, então capital do império, e Moscou. No dia 25 de outubro, os bolcheviques ("maioria" em russo), partido radical liderado por Lenin e por Trotski, derrubam o governo que momentaneamente substituía o regime do czar e implantam o governo dos operários e camponeses. Segue-se uma terrível guerra civil entre os Vermelhos (como os bolcheviques eram chamados) e os Brancos (os generais do antigo regime que se rebelaram contra Lenin) que se estende por todo o território russo de 1918 até 1920.

Este período foi chamado de Comunismo de Guerra, pois foram aplicadas medidas econômicas e punitivas extremas, drásticas. As colheitas dos camponeses eram simplesmente confiscadas.

O regime soviético 
Lenin assume o seu regime como Ditadura do Proletariado, suprimindo a liberdade partidária e de imprensa. Proclama-se o regime como uma república dos sovietes, isto é, o regime dos conselhos de operários e camponeses, mas que na realidade é inteiramente controlado pelos comunistas (nova designação adotada pelos bolcheviques para marcar posição frente aos partidos socialistas europeus que eram mais moderados). Este período inicial encerra-se com a morte de Lenin, em janeiro de 1924. No seu lugar assume o poder uma tróica: o triunvirato composto por Stalin, Zinoviev e Kamenev, do qual Trotski é excluído. Stalin, com o posto de secretário-geral, gradativamente usurpa o poder e afasta os demais do controle do partido e da máquina estatal.

O novo projeto denominou-se de "Socialismo num só país", que se opunha a tese da "Revolução permanente" defendida por Leon Trotski, seu maior rival e a quem ele terminou por expulsar da URSS em 1929. Nos anos trinta "a revolução de cima", conduzida por Stalin com mão-de-ferro, ampliará o programa da coletivização do campo, introduzindo os colcozes (fazendas coletivas) e os solfcozes (fazendas estatais), ao mesmo tempo em que inaugura os Planos Qüinqüenais que visavam à industrialização acelerada da URSS.

Por meio da planificação econômica centralizada, controlada pelo Gosplan, o Ministério do Planejamento soviético, a URSS pretendia alcançar o desenvolvimento das grandes nações ocidentais. Durante esse processo, Stalin, por meio do Grande Terror (1936-1938), mistura de perseguições políticas com julgamentos dos acusados de traição, elimina a maior parte dos antigos companheiros de partido comunista, fuzilando-os ou enviando-os para a rede dos campos de trabalho forçado (Gulag).

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