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Mostrando postagens de dezembro, 2011

3- Hitler: O racismo

Outra poderosa vertente que fluirá para o caudal da ideologia nacional-socialista estava armazenada no pensamento racista do século 19. Deve-se observar que as teorias racistas apresentavam em comum um "lamento aristocrático", um fatalismo da nobreza europeia que, apesar de ainda granjear respeito, sentia-se cada vez mais marginalizada do poder político pelo processo histórico. Incapazes em poder explicar seu declínio social por meio racional, diziam que a "decadência da raça aristocrática" resultara de uma irresponsável miscigenação com grupos inferiores. Justificaram o declínio da nobreza pela degradação biológica da sua espécie. Seu principal representante foi o francês José Artur , conde Gobineau, autor do Essai sur I¿inégalle dès races humanes, Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas, de 1853/5, que determinou não só a superioridade da raça branca sobre os demais, como explicava as distinções sociais entre nobreza, burguesia e povo de acordo com sua maio

3- Hitler: O Social-Darwinismo

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Hitler não se abeberou somente do passado nacional alemão, com seu culto ao militarismo e ao estado todo- poderoso. O social-darwinismo, extremamente difundido a partir da publicação da obra de Charles Darwin em 1859, teve um peso inequívoco em sua concepção ideológica. A ideia básica dessa teoria era que, como na selva, os destinos dos povos e a evolução geral da sociedade eram regidos por fatores de ordem biológica. As mesmas leis que existiam na selva e nas savanas imperavam na sociedade humana. No plano político, a ideologia social-darwinista conduzia a fazer uma apologia dos mais fortes, daqueles que conseguiam se impor perante o rebanho. Seriam eles, os ricos, os poderosos, os proprietários, os condutores naturais da sociedade humana da mesma forma que os leões se impõem sobre os demais animais da floresta. Segundo esse raciocínio, qualquer ideia que propusesse a igualdade entre os homens não estaria apenas propagando uma quimera como igualmente cometendo um atentado contra a

2 - Hitler segundo o marxismo

Não deixa de parecer estranho que até os nossos dias o pensamento marxista foi incapaz de produzir um trabalho clássico sobre o seu principal e formidável inimigo, aquele que desejava exterminá-lo. A literatura marxista não tem sido feliz em suas análises, demonstrando uma impotência teórica abrumadora: repetem ad nauseam os conhecidos ditos de ter sido Hitler o representante máximo da "ditadura do capital financeiro" ou o "tirano do capitalismo monopolista", terminando por reduzir o nazismo a um epifenômeno da economia, não apresentando nenhuma razão mais contundente para as massas germânicas terem aderido às suas propostas. Por outro lado, essa impotência é reveladora porque de sua derrota nos anos 1920 e 1930 frente ao nazi- fascismo. Um esforço recente foi aquele realizado pelo neomarxista Nicos Poulantzas (Fascisme et Dictadure), mas que deixou muito a desejar na medida em que encontrou muito mais preso à metodologia estruturalista do que ao maior legado de Ma

A formação do pensamento político de Aldof Hitler

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Voltaire Schilling Boneco de cera de museu de Berlim, na Alemanha, reproduz Adolf Hitler em seu bunker Acostumou-se a pensar ter sido Adolf Hitler, morto em 1945, uma vergonha dentro da civilização Ocidental e cristã, espécie de excrescência política sem raízes na nossa tradição. A indução a esse tipo de erro deve-se em parte à conceituação de ser essa civilização apresentada como um monopólio identificado com os princípios do humanismo, do liberalismo e da tolerância, omitindo-se discretamente sua latência colonialista, racista e agressiva, que germinava na cultura ocidental. Antes de apresentarmos os argumentos necessários a refutar as considerações iniciais, acreditamos ser necessário alertar para as dificuldades que se antepõem àqueles que pretendem rastrear sua ideologia. Em primeiro lugar, Hitler sempre manifestou clara ojeriza ao intelectualismo, dando ênfase ao primado da vontade e da ação. Em segundo lugar, a totalidade da sua obra política ainda não foi reunida. Ele

2- As Origens do Terrorismo na História

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Atentado as Torres Gémeas Na Rússia czarista (entre 1905-1914) A Centúria Negra (Tchernaia Sotnia), organização secreta da ultradireita que apoiava o czar, assassinava os revolucionários e intimidava a população judaica com pogroms. Rússia Soviética (a partir de 1917, tanto o terror vermelho como o terror stalinista, ou o Grande Terror) O terror vermelho, determinado por Lenin, organizado pela Tcheka (policia secreta), foi lançado para combater a contra-revolução e outros partidos rivais dos bolcheviques. O Grande Terror (1936-1938) foi usado por Stalin para eliminar a oposição interna (tanto a feita pelo partido comunista como a dos militares). Estima-se em mais de 700 mil fuzilados. Alemanha nazista (o Terror Pardo, entre 1933 e 1945) O terror pardo (cor da camisa dos militantes da SA nazista) foi desencadeado contra comunistas, judeus, ciganos etc, como parte da política de exclusivismo genético e ideológico do Partido Nazista liderado pro Adolf Hitler. Foram mais de 6 milhõe

A Idade do Dinheiro e do Consumo

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O mundo vive nestes últimos decênios numa era crescente de Materialismo e Consumismo, onde o bem-estar atingido em parte considerável do globo tem sido atribuído ao sucesso da sociedade de mercado. Regida pelo capitalismo turbinado que percorre o planeta como um cometa celestial anunciando a chegada da prosperidade, milhões de indivíduos em todos os continentes têm sido integrados ao consumo e às regras impostas pelo dinheiro. A mercantilização de tudo "Ouro, precioso ouro, amarelo e brilhante! Um pouco dele fará dos pretos, brancos; dos tolos sábios; Do mal, bem, do vil ,nobre do velho, jovem, do covarde, valente..." Shakespeare - Timão de Atenas - A importância de um filme é medida hoje pelo custo da sua produção e pelo volume das bilheterias. O sucesso de um indivíduo com talento artístico ou no campo dos esportes é balizado pelos patrocínios publicitários que ele recebe. Os clubes mais competitivos ostentam em suas camisetas seus financiadores e mesmo gente comum

SiSU vai oferecer 108 mil vagas em 95 instituições, a maioria no NE e no SE

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O Ministério da Educação lança nesta segunda-feira (26) o Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que vai oferecer, em 2012, 108.552 vagas no ensino superior em 3.327 cursos de 95 instituições. A seleção será feita de acordo com o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011, divulgado na última quarta-feira (21).As notas podem ser consultadas individualmente no site do Enem. Para consultar o resultado, o candidato precisa inserir seu CPF e a senha cadastrada no sistema. Segundo o MEC, o número de vagas disponíveis no SiSU cresceu 30% desde o ano passado e inclui universidades, faculdades, institutos e centros universitários estaduais e federais dos 26 estados brasileiros, com exceção do Distrito Federal.. Neste ano, 77,6% das vagas estão concentradas em duas regiões. O Nordeste tem o maior número de vagas disponíveis pelo sistema. Das 108.552 vagas, 37.634 estão na região, ou 34,6% do total. As instituições do Sudeste oferecerão 35.924 vagas, ou 33% das ofertas. O Sul tem

As origens do terrorismo na História

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Voltaire Schilling Não há possibilidade de se fixar uma data para o surgimento na História das primeiras ações terroristas como hoje entendemos. O que se sabe é que o recurso ao emprego do terrorismo, no sentido de causar pavor e medo, tanto pode vir dos que se sentem oprimidos ou injustiçados como pode originar-se daqueles que estão por cima e que, com os aparelhos coercitivos do Estado, recorrem a ele como instrumento de intimidação. O aspecto mais negativo da ação terrorista, de um indivíduo ou do Estado, é o enorme número de vítimas civis que geralmente causam, atingindo indiscriminadamente homens, mulheres e crianças. Numa síntese histórica, podemos arrolar o seguinte sobre o uso do terror no mundo: Reino de Israel dominado pelos romanos (entre os séculos I a.C. e II) Resistência aos romanos pelos zelotes, que tentavam proteger a tradição judaica, e do seu setor mais radical, os sicários, que assassinavam tanto autoridades romanas como hebreus que colaboravam com a ocu

3 - Maoístas e bolcheviques

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Maoístas e bolcheviques Mao Tse-tung (1893-1976), líder comunista e principal fundador da República Democrática da China Particularmente em relação à Revolução Russa, podemos apontar algumas vantagens substanciais que favoreceram a implantação do regime socialista na China. Em primeiro lugar, a base social dos maoístas foi muito mais ampla do que a dos bolcheviques. Atrás das forças do Exército de Libertação Nacional comandado por Mao Tse-Tung encontravam-se milhões de camponeses, de operários, de estudantes e de intelectuais que viam no maoísmo o grande elemento integrador de uma China internamente esfacelada e constantemente saqueada pelas forças estrangeiras. Já os bolcheviques apoiavam-se na escassa classe proletária urbana russa, que não perfazia mais de 3% da população global do país e praticamente não tinham nenhuma ligação expressiva com os kristiani, os camponeses pobres, nem com os kulaks, os camponeses remediados. Contaram os bolcheviques com bem pouco apoio da in

3 - Rousseau revolucionou a educação

Reação hostil O livro de Rousseau foi condenado em todas as partes como um manual ateu, como obra de um anti-Cristo, um pensador que mesmo dizendo-se cristão queria suprimir com o cristianismo. De Paris, enviaram um decreto de prisão e, pouco depois, a Universidade de Sorbone emitiu um decreto de censura (agosto de 1762). O que mais pessoalmente o atingiu foi a determinação do Pequeno Conselho de Genebra, sua cidade natal, ter ordenado a incineração da obra pela mão do carrasco, em junho de 1762. O que o levou a escrever as memoráveis Cartas Escritas da Montanha (Lettres écrites de la montagne, 1763-1764), em defesa do Émile e do Contrato Social, que foram publicados no mesmo ano de 1762. E, também, no ano seguinte, o anúncio do seu rompimento com a cidade e a rejeição do título de cidadão de Genebra. Refugiado num lugarejo suíço chamado Motiers, em setembro de 1765, ele foi vítima de um apedrejamento incitado por um pastor que atiçou a população local contra ele, incidente que fel

2 - As revoluções socialistas na China

A peculiaridade da Revolução Chinesa (1927 - 1949) A Revolução Chinesa não resultou de uma abrupta e intempestiva insurreição de massas, como ocorreu na tomada da Bastilha em 14 de julho de 1789, na França absolutista, nem de um surpreendente golpe de estado como aquele que foi dado pelos bolcheviques quando a guarda vermelha proletária e os marinheiros rebelados assaltaram o Palácio de Inverno em São Petersburgo, na Rússia czarista, em 25 de outubro de 1917. A ascensão dos revolucionários conduzidos por Mao Tse-Tung foi o resultado final da mais longa guerra civil do nosso século, entre nacionalistas, liderados pelo general Chiang Kai-shek, e os comunistas. Esse conflito, iniciado em 1927 em algumas cidades do sul da China, culminou em uma guerra generalizada 20 anos depois, na qual milhões de homens participaram. Os períodos da guerra civil na China Tal guerra civil pode ser classificada em três grandes períodos: o primeiro deles vai de 1927 a 1930, quando a estratégia do Parti

Os 10 maiores revolucionários da história

por Tiago Cordeiro Viva la revolución! Conheça os líderes que chegaram ao poder, criaram novos países (em alguns casos) e sempre influenciaram outros povos pelo mundo. 10- VIRACASACAS: Jean-Jacques dessalines (1758-1806)  Quando: 1804               Afetou: 430 mil pessoas Anos antes dos movimentos de independência daAmérica Latina, um escravo nascido em Guiné venceuas tropas de Napoleão e transformou o Haitiem um país independente. Dessalines envolveu-secom grupos armados na adolescência e foi aclamado como imperador do novo país em 1804. Morreu dois anos depois, com fama de ditador, tentando conter um grupo de rebeldes. 9 -LIBERTADOR DA AMÉRICA: Simon Bolívar (1873-1930) Quando: 1819                   Afetou: 2,4 milhões de pessoas Bolívar ajudou a libertar seis países (Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá, Venezuela e Peru). Além de liderar os exércitos locais contra a Espanha, ele também idealizou um país democrático, a Grã-Colômbia, que reunia os atuais Panamá, Venezuela,

1 - As revoluções socialistas na União Soviética e na China

Voltaire Schilling O sucesso da revolução russa de 1917 está estreitamente ligado ao desastre militar do regime czarista na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O fracasso do czar Nicolau II serviu de estímulo para a eclosão da revolução em Petrogrado, então capital do império, e Moscou. No dia 25 de outubro, os bolcheviques ("maioria" em russo), partido radical liderado por Lenin e por Trotski, derrubam o governo que momentaneamente substituía o regime do czar e implantam o governo dos operários e camponeses. Segue-se uma terrível guerra civil entre os Vermelhos (como os bolcheviques eram chamados) e os Brancos (os generais do antigo regime que se rebelaram contra Lenin) que se estende por todo o território russo de 1918 até 1920. Este período foi chamado de Comunismo de Guerra, pois foram aplicadas medidas econômicas e punitivas extremas, drásticas. As colheitas dos camponeses eram simplesmente confiscadas. O regime soviético  Lenin assume o seu regime como Ditadura do P

2 - Rousseau revolucionou a educação

Educação Os tratados clássicos sobre educação que até então se conheciam voltavam-se fundamentalmente para a instrumentalização e formação de alguém da elite: do príncipe. Nos tempos clássicos foi celebrado o ensaio de Xenofonte, denominado de Ciropédia, aparecido no século 4 a.C., seguido da vasta obra de Plutarco intitulada Vidas Paralelas de Homens Ilustres, no século 2, composta por 50 biografias curtas de personagens do mundo político grecoromano para que servissem como exemplo aos futuros estadistas e herdeiros das casas reais. No Renascimento, foi a vez de Erasmo de Rotterdam com A Educação do Príncipe Cristão, de 1515, escrito para atender a formação do então jovem Carlos V, que iria se tornar "Imperador do Mundo", enquanto que Maquiavel em Florença encerrava a redação do seu O Príncipe, em 1521, obra que se tornou um manual político universal. Rousseau, alma plebeia e democrata, voltou sua atenção para educar alguém comum, um "aluno imaginário" que não

Filho ingrato: Rui Barbosa e a campanha civilista na Bahia por Rogério Rodrigues

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A campanha civilista representa um marco na história republicana brasileira ao levar o debate político, antes decidido nos bastidores, para as ruas. Fruto do desentendimento entre Minas Gerais e São Paulo sobre a sucessão presidencial de Afonso Pena a campanha eleitoral de 1909-1910 colocou em primeiro plano a complexidade dos jogos de poder da primeira república. Nesse contexto, a Bahia ganhou destaque ao lançar Rui Barbosa como candidato de oposição a Hermes da Fonseca. É uma proposta de estudo e esclarecimento a candidatura de Rui Barbosa para dar conta desse objetivo avaliou-se os conflitos gerados a partir da visita de Rui Barbosa realizou a Salvador em janeiro de 1910 para defender sua plataforma eleitoral. Nessa analise privilegiarei as representações discursivas( textos e imagens) que colocaram Rui como filho ingrato da Bahia logo representações que destacaram o caráter negativo de sua trajetória político-intelectual. A importância dessa perspectiva de analise reside no fat

A família real 1808

No início do século XIX, a Europa estava agitada pelas guerras. Inglaterra e França disputavam a liderança no continente europeu. Em 1806, Napoleão Bonaparte, imperador da França, decretou o Bloqueio Continental, proibindo que qualquer país aliado ou ocupado pelas forças francesas comercializasse com a Inglaterra. O objetivo do bloqueio era arruinar a economia inglesa. Quem não obedecesse, seria invadido pelo exército francês. Portugal viu-se numa situação delicada. Nessa época, Portugal era governado pelo príncipe regente D. João, pois sua mãe, a rainha D. Maria I, enlouquecera. D. João não podia cumprir as ordens de Napoleão e aderir ao Bloqueio Continental, pois tinha longa relação comercial com a Inglaterra, por outro lado o governo português temia o exército francês. Entre nobres, militares, religiosos e funcionários da Coroa. Trazendo tudo o que era possível carregar; móveis, objetos de arte, joias, louças, livros, arquivos e todo o tesouro real imperial. Após 54 dias de viagem

1- Dirigido ao povo, livro de Rousseau revolucionou a educação

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Poucos livros sobre educação causaram tanto impacto na cultura pedagógica ocidental como o Émile de Jean-Jacques Rousseau, obra volumosa editada em 1762. Entre outras razões, a polêmica se deve ao fato de ter sido dirigido a dar instrução ao aluno comum, do povo, e não para alguém da alta sociedade, um príncipe, como comumente acontecia. Ainda que um autodidata, Jean-Jacques Rousseau, nascido em Genebra, na Suíça, leitor voraz desde tenra idade, desenvolvera uma curiosidade intelectual absolutamente fantástica. Ao longo da sua vida - morreu de uremia aos 66 anos de idade em 2 de julho1778 - praticamente não houve área de interesse que lhe fosse estranha. Ele escreveu sobre tudo, desde ensaios políticos que o universalizaram (Discurso sobre a desigualdade, O Contrato social, etc.) até sobre música e botânica. Além disso, consagrou-se como um notável romancista, escrevendo um livro considerado como seminal para o movimento romântico que o sucedeu - A nova Heloisa, 1757 - mantendo para

Negros monstros de aço: civilização e progresso elites baianas sobre as estradas de ferro

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Introdução >> A preocupação com a melhoria das condições das comunidades internas do Brasil ocupou os pensamentos de inúmeras pessoas desde os tempos coloniais. Com a Independência do país a questão se tonou ainda mais urgente, sem severas modificações nas formas como se processavam os contatos inter-regionais o Brasil permaneceria como uma criança que só engatinhava e não aprendia a andar. A partir do império engenheiros, comerciantes, escritores e tantos outros notadamente os homens ligados ao meio político, se ocupavam do tema. Para eles o problema das comunicações seria resolvido através da implantação no país de um invento inglês da primeira década do século XIX que rapidamente ganhava adeptos em todo o mundo, as estradas de ferro. Elas seriam a tabua de salvação do Brasil, pois o faria andar. Aliar o poder de penetração das estradas de ferroa a navegação a vapor a ser implantada no rico sistema hidrográfico brasileiro seria a solução para inserir enormes regiões do pa

Um trono manchado de sangue

Em 1894, subiu ao trono do Império Russo o Czar Nicolau II, (1868-1918), da dinastia Romanov. Sob seu governo, a Rússia enfrentou duas guerras, aumentando ainda mais os problemas internos do país. Uma delas foi a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905), causada pela disputa de territórios na China e vencida pelos japoneses. A derrota mergulhou a Rússia numa grave crise econômica e aumentou o descontentamento de diferentes grupos sociais com o governo. Começaram a ocorrer greves e movimentos reivindicatórios, duramente reprimidos pela polícia czarista. No dia 9 de janeiro de 1905 (pelo calendário russo na época), um domingo, cerca de 200 mil trabalhadores de São Petersburgo, então capital da Rússia, se concentraram diante do Palácio de Inverno, onde se encontrava o czar. Liderados pelo padre cristão ortodoxo Georg Gapon (1870-1906), pretendiam entregar a Nicolau II um documento em que reivindicavam melhores condições de vida e de trabalho. As tropas do governo, contudo, receberam os manifes

Governo Imperial e os atritos com a Igreja e Exército

A partir da década de 1870, a Igreja católica e setores do Exército tiveram sérios atritos com o governo imperial. A crise com a Igreja católica tornou-se especialmente grave em 1874. Naquele ano, o imperador D. Pedro II autorizou a prisão dos bispos de Olinda e Belém, que foram condenados a quatro anos de trabalhos forçados por terem proibido os católicos de suas dioceses a participar de atividades da maçonaria, que eram aceitas pela monarquia. Parte da oficialidade do Exército começou a se afastar do governo após a Guerra do Paraguai (1865-1870). Durante a guerra, muitos oficiais haviam entrado em contato com pessoas das repúblicas vizinhas e, ao retornarem, passaram a criticar a monarquia. Criticavam principalmente a corrupção que, segundo eles, era praticada pelos políticos monarquistas, “aproveitadores da miséria do país”. Essa crise agravou-se em 1884, quando o governo proibiu os oficiais de manifestarem suas opiniões pela imprensa, sem autorização do ministro da Guerra. Devido

Desconsiderem este post é só para fazer o blog subir

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2- Soberania e Territorialidade na América Portuguesa: A colonial comarca de Ilhéus (1763-1808)

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Interpretação da comunicação de Caio Figueiredo Adan  Procura compreender a dinamica de produção e transformação da comarca de Ilhéus nas últimas décadas do período colonial. Criada em 1763 como consequência da anexação do território da antiga donataria de São Jorge dos Ilhéus pela Capitania Real da Bahia, a comarca insere-se no bojo de um amplo processo de redesenho das fronteiras da colonização portuguesa no continente americano durante a segunda metade do século XVIII, voltado não apenas para a consolidação de seus limites exteriores como  também para a nova lógica de gestão do território colonial, notadamente sobre aquelas áreas em que o domínio português ainda não tinha se efetivado por completo. Sob estes viés, os processos da ocupação e ordenação do território da comarca são pensados como campo privilegiado de disputas entre segmentos diversos da sociedade colonial, revelando a emergência de práticas terrritorias fortemente recortadas por relações de poder. Através do

1- Portugueses na mira do antilusitanismo: perfil lusitano para expulsão da província da Bahia em 1831

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No calor da crise política do ano de 1831 que culminou com a abolição do imperador D. Pedro I, a província da Bahia viveu momentos de tensão quando vários episódios contrapuseram portugueses e brasileiros tanto política quanto fisicamente, em conflitos violentos nas ruas da Bahia. Dentre estes episódios uma leve de petições, abaixo-assinados e correspondências envidam as autoridades provinciais pediam a expulsão de portugueses que moravam na Bahia. Este período se faz necessário estudo para se entender o perfil social dos portugueses elencados pelos antilusitanos baianos para serem mandados para fora da província, tais iluminar os estudos sobre os conflitos antilusitanos, elementos tão importantes na composição do cenário político baiano nas primeiras décadas do império. E nesse período havia a presença e destaque de dois grupos políticos os carcarás e os jacus as rivalidades entre estes dois grupos geravam vários confrontos que geralmente ocorriam em ruas ou em bares, envolvendo

4 de novembro de 1969

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O ex-deputado comunista e guerrilheiro Carlos Marighella foi morto pela polícia com uma rajada de metralhadora, em São Paulo, quando tentava entrar num Volkswagem azul, na esquina das Alamedas Lorena e Casa Branca, onde se encontraria com dois padres presos que serviam de isca aos policiais. De acordo com a versão das autoridades, Carlos Marighella, que chegara ao local numa camioneta Willys, não atendeu à voz de prisão que lhe deu o delegado Fleury , do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) , e foi atingido por uma rajada no peito e na cabeça, enquanto seus dois companheiros reagiram aos tiros, matando a investigadora Estela de Barros Borges , que participava da operação. A polícia havia descoberto a maneira de encontrar Carlos Marighela quando, dias antes, havia prendido 11 padres, num convento do bairro do Paraíso, que seriam associados ao guerrilheiro. Dois deles colaboraram então com a polícia na prisão de Marighela, marcando um encontro com o guerrilheiro sob a j

Aviso aos leitores e visitantes

Os próximos postes estão relacionados a uma serie de resumos e conclusões sobre palestras e seminário sobre diversos períodos do Brasil desde a colonia aos tempos atuais.

Mensagem do Dia

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                   Acredita em Ti Mesmo O homem converte-se aos poucos naquilo que acredita poder vir a ser. Se me repetir incessantemente a mim mesmo que sou incapaz de fazer determinada coisa, é possível que isso acabe finalmente por se tornar verdade. Pelo contrário, se acreditar que a posso fazer, acabarei garantidamente por adquirir a capacidade para a fazer, ainda que não a tenha num primeiro momento. Mohandas Gandhi, in 'The Words of Gandhi'

Pagode Style: veja como o hip hop influencia o pagode baiano. E você o que acha?

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Pagode na moda? Na cidade mistura chamada Salvador, o pagode vem se reinventando e ganhando contornos de hip-hop no visual Fonte - Diane Lima, de Salvador para o IG com adaptações para o CORREIO NAGÔ O visual para o show de pagode  A cena da black music soteropolitana está passando por uma transformação. Trata-se de um movimento de pagode protesto, que leva conscientização ao falar das dificuldades da periferia, da violência, da discriminação ao povo da favela e da valorização e afirmação do negro. “O microfone é uma arma superpoderosa, quero dar voz aos guetos e favelas”, declara ao IG Moda Edcarlos da Conceição Santos, o Edcity. O artista, que carrega multidões ao som do Groove Arrastado ou Rap Groovado – onde se destacam elementos do hip hop e guitarras pesadas junto da percussão baiana – , foi o pioneiro a mudar a cena do pagode influenciando outros artistas. Hits como “Firme e Forte”, da banda Psirico e “Sou Favela”, do grupo Parangolé, são a prova da potencialidade e